Chega o calor e com ele as dúvidas sobre como poupar energia no verão. De facto, existem vários conteúdos sobre como poupar energia no aquecimento, qual a temperatura ideal ou até mesmo o sistema de aquecimento de água mais económico. Todas elas boas recomendações para diminuir a fatura de energia, no entanto, para estações do ano mais frias, com outro tipo de necessidades energéticas.
Da mesma forma que existem comportamentos que lhe trazem uma maior poupança nos meses mais frios, também existem para os meses mais quentes. Neste artigo, vamos explorar um pouco mais esses comportamentos e dar-lhe algumas dicas para que possa poupar energia no verão.
Existem, essencialmente, duas grandes diferenças: a temperatura e as horas de luminosidade. O segredo está na forma como poderá potenciar estas duas diferenças a seu favor. Ou seja, como é possível prescindir ou diminuir a intensidade energética de determinados equipamentos, cujo objetivo é o aquecimento, ou aproveitar a luz natural durante mais horas. De facto, hoje em dia, o peso da iluminação na fatura de energia é menor, uma vez que, cada vez mais, as habitações dos portugueses estão equipadas com iluminação mais eficiente (LED), porém ainda continuam a ser um elemento considerável no consumo energético, aproximadamente 30%.
Em média, segundo dados do INE (Instituto Nacional de Estadística), uma família portuguesa consome 275 kWh por mês, todavia esta é uma média, que contempla os meses de maior consumo, os mais frios do ano, mas também os mais quentes, que podem fazer disparar o consumo de energia, com os equipamentos de arrefecimento em alguns momentos do ano.
Nas diferentes estações do ano, os hábitos de consumo são distintos, se, por exemplo, na primavera as temperaturas são mais amenas e os dias já são mais longos, o que permite uma adequação mais progressiva ao clima, no verão existem dias em que a temperaturas são mais extremas, exigindo outro tipo de consumo de energia, como, por exemplo, a utilização de ar-condicionado ou maior refrigeração do frigorífico e do congelador.
Em suma, aquando de temperaturas extremas, o consumo tende a aumentar, independentemente da estação do ano. Para conseguir calcular o consumo deverá utilizar três parâmetros fundamentais:
É devido a estas alterações de consumo entre estações do ano que os próprios ciclos horários são diferentes. Verão, inverno, outono ou primavera, o segredo está na seleção do Plano de Eletricidade e Gás, em função das suas necessidades energéticas e hábitos de consumo em que momento.
Como referimos, os comportamentos e hábitos de consumo são diferentes, pelo que algumas as recomendações (nem todas), para poupar energia também são distintas:
A eficiência energética é um garante de poupança energética em qualquer mês do ano, engloba não apenas o certificado energético do imóvel ou a classificação energética dos diferentes equipamentos, como também o isolamento da habitação, que permite a manutenção da temperatura ideal e evita a recorrência a equipamentos de arrefecimento.
Desta forma, uma janela eficiente é tão imprescindível no inverno, como no verão. Aliás, os programas para irradiar a pobreza energética em Portugal são válidos para qualquer estação do ano.
Falando em equipamentos, é importante evitar a tentação de refrigeração repentina da casa, que eleva consideravelmente o consumo de energia. A título de exemplo, no verão, a temperatura recomendada para o ar-condicionado é entre 23 e 26 graus. Com esta temperatura, a exigência energética é consideravelmente menor do que, por exemplo, 19 ou 20 graus.
A temperatura do frigorífico também deverá ser ajustada. Colocar o termostato entre os níveis 3 e 4 é suficiente e, desta forma, conseguirá não ultrapassar o consumo de 36 kWh/mês com este equipamento (média de consumo deste equipamento).
Por outro lado, existem equipamentos, com grande consumo energético, que são, por norma, menos utilizados, como é o caso do forno elétrico ou da máquina de secar roupa. Com as temperaturas mais elevadas, evite utilizar estes equipamentos, o primeiro pois irá aumentar a temperatura do interior da habitação, e o segundo porque não existe necessidade, salvo períodos longos de temperaturas anómalas para a época.
Passando pelos banhos, no verão, face às temperaturas, não necessita que a temperatura da água esteja tão elevada e, como tal, o consumo energético deverá ser menor. Se tem um sistema de aquecimento de água menos eficiente, sem grande controle da temperatura, evite aguardar que a água fique a temperaturas muito elevadas, pois estará a exigir mais energeticamente do sistema de aquecimento e, logo, a gastar energia desnecessária.
Antes de mais, é importante calcular a luminosidade ideal para cada área, na medida em que nem todas as habitações têm a mesma exposição solar, e utilizar o menos possível luz artificial. Caso ainda não tenha trocado as lâmpadas incandescentes por lâmpadas LED, esta é uma ótima oportunidade. Não exige um grande investimento e, no final do mês, verá a diferença na fatura de eletricidade.
A luminosidade dos aparelhos também poderá ser ajustada. Primeiro porque existe mais luz natural, segundo porque, desta forma, não aquece tanto a habitação. E já que está atento às luzes, procure aparelhos que normalmente não utiliza nesta altura do ano e desligue-os na tomada, evitando, desta forma, o consumo silencioso ou em stand-by.
A cor também poderá ser um aliado. Cores claras aumentam a sensação de luminosidade e amplitude das divisões e, mais importante, absorvem menos calor.
Nem todos os equipamentos têm dupla funcionalidade, de aquecimento e arrefecimento, pelo que a comparação não é fácil de fazer. No caso específico do ar-condicionado, que têm dupla funcionalidade, o que realmente importa para verificar o consumo, é o esforço exigido pelo aparelho para atingir determinada temperatura. Ou seja, para atingir temperaturas mais frias, por exemplo, entre 18 e 20 graus, ou mais quentes, entre 25 e 27 graus, a exigência energética é maior, pelo que o consumo também será. Por norma, um ar-condicionado tem um consumo de 700 watts por hora, porém se exigir mais energeticamente do aparelho, este consumo pode facilmente disparar.
Na verdade, o mais importante é ter atenção à classificação energética do equipamento. Produtos com etiquetas A ou B são uma boa escolha. Mesmo eletrodomésticos que são, normalmente, adquiridos nesta altura do ano, como o caso das ventoinhas, o consumo pode variar entre 50 e 100 Watts por hora.
Como vimos, são muitos os ajustes que poderá, e deverá, fazer no verão. Tal como noutros meses do ano, poderá poupar na energia, ajustando os comportamentos e contratando um Plano de Eletricidade e Gás, com o tarifa adequada para as suas necessidades energéticas.
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