Se tem um automóvel, é muito provável que pague todos os anos o IUC. Para grande parte dos portugueses, o carro é um meio de transporte e um bem essencial. Porém, tem alguns custos associados, nomeadamente relacionados com manutenção e impostos. Este imposto é um dos cobrados, não só a automóveis, mas também a outros veículos motorizados.
Entre outras finalidades, tem como objetivo cobrar aos proprietários de viaturas os custos ambientais e da rodovia. Mais concretamente serve para as despesas relacionadas com a mobilidade e, nos dias de hoje, com a proteção ambiental. Saiba tudo sobre o IUC, assim como as suas alterações para 2024 neste artigo.
O IUC, ou Imposto Único de Circulação, consiste numa taxa cobrada pelo Estado a qualquer proprietário de um veículo. Todos os automóveis, motociclos e similares, com matrícula ativa, pagam este imposto todos os anos. Não importa se o seu veículo circula efetivamente ou está parado. É um imposto obrigatório e deve ser pago sempre no mês da matrícula do veículo. Estes valores podem ser atualizados pelo Estado no início do ano, como irá acontecer em 2024.
O cálculo do valor do Imposto Único de Circulação é efetuado somando as taxas de vários componentes, multiplicando-as pelo coeficiente da matrícula. Se isto pode parecer complicado, é fácil perceber que o seu valor é calculado tendo em conta vários fatores, nomeadamente:
São estes os fatores que o Estado considera que contribuem para os custos ambientais e da via pública. Cada categoria tem as suas próprias taxas e diferentes parâmetros de cálculo. Por exemplo, os automóveis a gasóleo, normalmente, pagam uma taxa adicional em relação aos a gasolina, uma vez que poluem mais. Já os elétricos ou híbridos, por terem menos emissões de CO2, acabam por serem beneficiados no Imposto Único de Circulação.
O valor a pagar pelo seu automóvel pode ser consultado no Portal das Finanças. É aqui que também pode fazer o seu pagamento. Sabendo a sua matrícula, só tem de a selecionar. O passo seguinte passa por selecionar o ano do IUC que pretende pagar. É também no Portal das Finanças que imite o Documento Único de Cobrança (DUC). Este indica-lhe o valor a ser pago e os dados de pagamento do imposto.
Como já indicamos, o IUC varia consoante o tipo de veículo. No Portal das Finanças, é possível consultar qual o valor de cada taxa, assim como o valor por topologia de veículos. Para que seja mais fácil, reunimos aqui alguns dados sobre as taxas aplicadas aos diferentes veículos.
Primeira matrícula PT/UE/EEE de 1981 a junho de 2007
Cilindrada (cm3) - Valor da taxa a pagar
Primeira matrícula PT/UE/EEE de 1981 a junho de 2007
Emissões CO2 - Sem dados de CO2 (cm3) - Valor da taxa a pagar
Primeira matrícula a partir de julho de 2007
Cilindrada (cm3) - Valor da taxa a pagar
Primeira matrícula PT/UE/EEE a partir de julho de 2007
Emissões CO2 (g/km) NEDC - Emissões CO2 (g/km) WLTP - Valor da taxa a pagar - Taxa adicional
Depois de somar as taxas base, deve multiplicar esse valor pelo coeficiente da matrícula.
Primeira matrícula PT/UE/EEE a partir de julho de 2007
Ano da primeira matrícula PT/UE/EEE - Coeficiente
Para além disso, há algumas taxas a adicionar aos veículos a gasóleo.
Primeira matrícula PT/UE/EEE a partir de julho de 2007
Cilindrada (cm3) - Taxa Adicional
O Orçamento de Estado para 2024 previa um aumento significativo do Imposto Único de Circulação para os automóveis mais antigos. Aqueles com matrículas anteriores a junho de 2007 iam ser penalizados. Para estes, estava previsto ser lhes adicionado uma taxa sobre as emissões de CO2, como é possível observar nas tabelas anteriores. Porém, esta medida já não vai avançar no próximo ano.
No entanto, efetivamente, o Orçamento do Estado para 2024 continua a prever um aumento de cerca de 3% no IUC a pagar pela generalidade dos veículos. Isto acontece nomeadamente para os que têm matrículas posteriores a julho de 2007. O método do cálculo do IUC permanece essencialmente o mesmo. Já os carros 100% elétricos, com o novo Orçamento de Estado para 2024, estão isentos do pagamento do Imposto Único de Circulação.
O aumento que estava previsto do IUC tinha como objetivo promover a sensibilização ambiental. Desta forma, era esperado que o novo valor deste imposto incentivasse os proprietários dos veículos mais antigos a renovar os seus automóveis. Para que os efeitos ambientais sejam maiores, estes automóveis devem ser substituídos por outros mais recentes, de preferência híbridos ou elétricos. Daí que o Governo estava preparado para beneficiar estes últimos nos novos valores em 2024.
Para além disso, o aumento da receita do Estado com o imposto que estava previsto ia financiar outras medidas ambientais. Assim, ia ser possível criar novos incentivos para a compra de automóveis amigos do ambiente e investir na mobilidade sustentável.