Numa altura de transição energética, com os países desenvolvidos a colocarem a meta de zero emissões líquidas até 2050, as atenções viram-se para o setor de transportes, principalmente o pesado e de mercadorias. A eletrificação deste setor não é uma opção, e nem se afigura uma num futuro próprio, pelo que são necessárias outras opções para diminuir as emissões.
Para além disso, tão importante como atingir a meta em 2050 é reduzir, gradualmente, as emissões, por exemplo, com a incorporação de mais biocombustíveis nos combustíveis líquidos ou com a conversão de veículos para GPL (Gás de Petróleo Liquefeito) ou GNV (Gás Natural Veicular).
Antes de explicarmos as diferenças entre estas duas energias, vamos explicar o que é cada uma delas.
O que é o GPL?
O GPL Auto, também designado de AutoGás, é uma solução que poderá desempenhar um papel importante na transição energética, uma vez que diminui, consideravelmente, as emissões, pode aproveitar as infraestruturas existentes e está ao alcance das várias classes sociais.
É um combustível alternativo, mais económico e amigo do ambiente. Elencamos algumas vantagens desta energia:
- Combustível mais económico. O uso do GPL Auto permite uma poupança de até 45% em relação aos combustíveis tradicionais, uma vez que o seu preço é, aproximadamente, metade do da gasolina, embora o consumo seja ligeiramente superior.
- Mais amigo do ambiente. O GPL Auto decresce as emissões de NOx e de CO2..
- Combustível seguro. Apesar de ser mais inflamável do que a gasolina, os depósitos criados pelos fabricantes, são mais resistentes.
- Aumenta a durabilidade do veículo. A sua fórmula não deixa tantas partículas no motor como os outros combustíveis líquidos, o que reduz o desgaste do motor, prolongando a sua vida.
- Mais autonomia. Com a tecnologia bi-fuel, em que os consumos são combinados entre AutoGás e gasolina, o condutor pode percorrer cerca de 1.500 quilómetros se viajar em modo combinado.
A Repsol disponibiliza esta solução energética em cerca de 100 das suas mais de 500 Estações de Serviço.
O que é o GNV?
O GNV, ao contrário do GPL, surge da junção do gás metano, cerca de 90%, e de etano, cerca de 10%. A sua pressão de armazenamento também é distinta, uma vez que é mais elevada: 200 bar, enquanto o GPL varia entre 95 e 110 bar. Por conseguinte, um veículo movido a GNV necessita de depósitos de armazenamento mais sólidos.
Quando este combustível se destina a veículo ligeiros, falamos de GNC (Gás Natural Comprimido), enquanto quando o destino é um veículo pesado, este será consumido de forma liquefeita – GNL (Gás Natural Liquefeito).
Eis algumas vantagens do GNV:
- Menos emissões de CO2. Emite menos emissões poluentes do que os combustíveis tradicionais.
- Aumenta a durabilidade do veículo. O seu sistema de injeção é mais limpo, o que diminuiu entupimentos e problemas noutras peças. As suas propriedades também não se misturam com o óleo lubrificante, fazendo com que ele permanece limpo durante mais tempo.
- Combustível seguro. As propriedades do GNV tornam-no menos perigoso do que outros gases, pois uma vez que é mais leve, dissipa-se com mais facilidade no ar e, tal como o GPL, tem um odor caraterístico que permite detetar qualquer fuga.
Principais diferenças entre o GPL e o GNV
Tanto o GNV como o GPL têm em comum o gás e, como vimos pelas caraterísticas, são ambos energias alternativas que podem contribuir para uma transição energética gradual e inclusiva. Porém, existem algumas diferenças entre estes dois combustíveis, tais como:
- O GPL é um combustível que se apresenta num estado líquido, o GNV, por seu turno, num estado gasoso.
- O valor térmico do GPL é superior ao do GNV.
- Os depósitos do GNV necessitam de comprimir o gás a uma pressão alta, ao contrário do GPL que é armazenado em pressões baixas, o que quer dizer que os depósitos do GPL são mais económicos.
Existem benefícios fiscais para empresas?
Sim, uma vez que são energias que poderão desempenhar um papel importante na transição energética, pois emitem menos emissões, tanto o GNV como o GPL têm benefícios fiscais, que, normalmente, são plasmados nos Orçamentos de Estado de cada ano. Estes benefícios podem incidir sobre:
- Redução da Tributação.
- Dedução do IVA.
- Redução do IUC.
- Dedutibilidade de gastos com depreciações.
Por conseguinte, deverá informar-se, todos os anos, da legislação em vigor.
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