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Lisboa, 6 de maio, 2022

António Brufau faz apelo a mix energético "realista" para uma "Europa forte"

  • No seu discurso na assembleia-geral ordinária de acionistas, o presidente da Repsol, Antonio Brufau, condenou a agressão "terrível e injusta" da Rússia contra a Ucrânia, o que realça a urgência de garantir a autonomia energética europeia.
  • Defendeu a criação de rotas para alcançar um modelo descarbonizado em 2050 com base na neutralidade tecnológica sem "dogmas" e garantindo que não há "carências" ou "aumentos inaceitáveis nos preços da energia.
  • Brufau questionou se faz sentido utilizar gás importado dos EUA, que é abundante graças ao fracking, uma vez que é proibido no continente europeu. "Temos de nos perguntar se é realista confiar apenas na eletrificação para recuperar da crise, sem ter em conta o papel que o gás natural e o petróleo têm de desempenhar durante muitos anos.", referiu.
  • Por sua vez, Josu Jon Imaz, CEO, avaliou os resultados do ano passado, o primeiro ano da estratégia 2021-2025. "Um Plano que nos impulsiona a acelerar a nossa jornada na transição energética, assegura rentabilidade para os acionistas e permitir-nos-á ser uma empresa mais forte, mais rentável e competitiva", sublinhou.
  • Acrescentou que a remuneração total dos acionistas estará em 2022 "claramente superior ao euro por ação, recuperando os níveis pré-pandémicos". "A nossa política de remuneração está entre as mais atrativas na bolsa espanhola e do nosso setor".
  • A assembleia-geral aprovou o pagamento de um dividendo de 0,33 euros brutos por ação dos lucros de 2021 e a distribuição, para além do tradicional pagamento intercalar para 2022, de mais 0,325 euros brutos por ação.
  • Os acionistas confirmaram a nomeação como administradores de José Iván Martén Uliarte e votaram a favor da reeleição como administradora de María del Carmen Ganyet i Cirera, Ignacio Martín San Vicente, e ainda, ratificaram a nomeação por cooptação e reeleição como administrador, de Emiliano López Achurra.

O presidente da Repsol, Antonio Brufau, apelou esta sexta-feira à oportunidade e responsabilidade de refletir sobre o que deve constituir o cabaz energético de uma "Europa forte". "Devemos perguntar-nos se é realista confiar a recuperação da crise, acompanhada por uma aceleração da transição energética, apenas à eletrificação com energias renováveis, sem considerar outras tecnologias que tornam possível a descarbonização, ou o papel que o gás natural e o petróleo terão de desempenhar durante muitos anos", afirmou durante a assembleia-geral de acionistas da empresa, realizada esta sexta-feira, em Madrid.

Antonio Brufau, que iniciou a sua intervenção expressando a firme condenação da agressão "terrível e injusta" da Rússia contra a Ucrânia, salientou que este cenário realçou a urgência de garantir a autonomia energética da Europa e também a dos materiais e componentes essenciais. Isto, abordando a transformação da indústria para alcançar a neutralidade climática até 2050 e sabendo que a transição energética é uma tarefa inevitável e urgente para todos. Contudo, sem esquecer que a competitividade económica e o bem-estar social exigem um equilíbrio entre a segurança das redes de abastecimento, preços acessíveis e sustentabilidade.

Na sua visão, agora é o momento de conceber corretamente as rotas para minimizar as emissões de gases com efeito de estufa o mais rapidamente possível, a um custo acessível, "sem dogmas", com pragmatismo e "sem a arrogância intelectual" de pretender definir, a priori, como atingir os objetivos num futuro que ainda não está especificado. Salientou ainda que a transição energética implicará custos de "centenas de biliões de dólares" até 2050, e que é essencial que não haja escassez ou aumentos incomportáveis dos preços da energia.

De acordo com o presidente da Repsol, a reação à agressão russa ajudou a reposicionar a Europa no mapa geopolítico global. A seu ver, este momento devia ser acompanhado de outros passos na mesma direção, no que diz respeito à autonomia energética. Sobre este ponto, apelou a que não se retrocedesse e alertou para as consequências de não medir o impacto de políticas energéticas que são provavelmente "bem-intencionadas", mas por vezes "pouco realistas".

"Faz sentido substituir o gás russo por importações de gás natural dos Estados Unidos, que tem preços locais mais baixos d que a Europa não beneficia, e é muito abundante graças ao fracking, enquanto proibimos esta técnica no nosso continente?", perguntou Antonio Brufau, durante a sua intervenção. O responsável questionou-se ainda sobre o sentido de reduzir o debate sobre a geopolítica dos minerais essenciais para a transmissão de energia, "quase ao anedótico"; de "ignorar" o facto de que continuaremos a precisar de energia que tem origem nos hidrocarbonetos; e de que haverá indústrias e setores europeus, cuja descarbonização será difícil de conseguir com eletricidade renovável.

Legislação europeia 

Antonio Brufau referiu-se também às políticas e regulamentos europeus relativos à transição energética. Classificou de "louvável" que a Europa queira adotar a liderança global na luta contra as alterações climáticas, apesar de se prever que, no final da presente década, represente apenas 5% das emissões globais. Apelou ainda a uma reflexão sobre os custos de se assumir esta liderança de forma solitária.

No seu discurso, destacou a forma como defende o princípio da neutralidade tecnológica. "Quando se investigou a vacina da Covid, ninguém impôs um tipo de tecnologia. Esta foi uma das chaves do sucesso.” Insistiu ainda que a descarbonização não é sinónimo de eletrificação. "A regulamentação deve promover, e não proibir, facilitar, e não condicionar", assegurou.

“Existe um enviesamento infundado e contraproducente perante a mobilidade elétrica, como solução única e imediata para o transporte terrestre", sublinhou o responsável. Defendeu que os combustíveis líquidos renováveis e a biomassa, e a longo prazo, também o carbono capturado da atmosfera e hidrogénio, são necessários para acelerar a eletrificação através dos veículos híbridos, com a consequente criação de empregos nas indústrias automóvel e de componentes. Apelou igualmente à eliminação das barreiras à utilização de matérias-primas sustentáveis para a produção de biocombustíveis avançados a partir de resíduos orgânicos.

Em matéria de finanças sustentáveis, o presidente da Repsol alertou para os enviesamentos “desnecessários” na designada taxonomia europeia e considerou que se está a tempo de definir um standard respeitoso perante a neutralidade tecnológica. Sobre a atribuição dos Fundos Europeus Next Generation, alertou para que sejam tidas em conta as áreas que podem favorecer o tecido industrial e criar mais emprego, como por exemplo as relacionadas com a economia circular, para produzir combustíveis e materiais.

Antonio Brufau reivindicou o compromisso sustentado durante décadas pela empresa, na luta contra as alterações climáticas e referiu-se à estratégia de transição energética da Repsol, que esta sexta-feira foi apoiada pelos acionistas, depois de ter sido submetida, pela primeira vez, a um voto consultivo pela assembleia através de uma proposta do conselho de administração. A empresa passará a informar, anualmente, a implementação dos planos de descarbonização, comprometendo-se a submetê-la novamente aos acionistas, sempre que seja atualizada ou sofra alterações significativas.

“Estes tempos complexos exigem que demos o melhor de nós próprios. Podem estar certos do compromisso da Repsol com a sociedade, para dar resposta às suas necessidades energéticas, recorrendo à transição energética para alcançar as zero emissões líquidas rentáveis para os nossos acionistas”, acrescentou. 

Transformação industrial, emprego de qualidade, compromisso com o meio ambiente e garantia de uma remuneração atrativa para o acionista

Na sua intervenção perante os acionistas, o CEO da Repsol, Josu Jon Imaz, reviu o exercício de 2021, o primeiro ano de vigência do Plano Estratégico 2021-2025. Destacou que foi um ano relevante para a empresa, durante o qual se aproveitaram as oportunidades de recuperação da economia e da mobilidade, para voltar aos resultados pré-pandemia.

O CEO da multienergética concentrou-se particularmente no tema da retribuição aos acionistas. “A nossa política retributiva é uma das mais atrativas da bolsa espanhola e do nosso setor”, referiu Imaz, antes de ratificar o compromisso de continuar a oferecer uma retribuição “acima dos compromissos estabelecidos no Plano Estratégico”. A remuneração total, tendo em conta o dividendo em dinheiro, as reaquisições e o cancelamento previsto de ações, ficará em 2022, “claramente acima do euro por ação, recuperando os níveis pré-pandemia e acelerando o objetivo definido inicialmente para 2025 no Plano Estratégico”, destacou.

Imaz centrou-se no processo de transformação que está a ser levado a cabo pela Repsol no seu Plano Estratégico 2021-2025. “Um plano que nos motiva a acelerar a nossa viagem na transição energética, uma vez que assegura a rentabilidade aos acionistas, o que permitirá que nos convertamos numa empresa mais forte, rentável e competitiva”, explicou.

Para Imaz, a Repsol conta com uma agenda exigente de descarbonização, que prevê uma redução do Indicador de Intensidade de Carbono em 15%, em 2025, em 28% em 2030 e em 55%, em 2040. No período do Plano Estratégico, a Repsol vai destinar 35% do investimento, 6.500 milhões de euros, a projetos de baixo carbono. Uma percentagem que, segundo revelou Imaz, supera as das empresas concorrentes. Da mesma forma, referiu que os 40% da estrutura acionista institucional da empresa está alinhado com os critérios ESG, comparando com os 17,5% da média das empresas do setor.

O CEO reviu a transformação dos negócios: na Exploração e Produção, de acordo com o princípio de dar prioridade ao valor sobre o volume, foi levada a cabo uma gestão de sucesso do cumprimento o Plano Estratégico, avançando no objetivo de dar destaque às áreas geográficas-chave, com uma presença em 15 países. Esta área está a contribuir para o processo de descarbonização e com a transformação da Repsol com enfoque multienergético e, nesse sentido, a empresa conseguiu uma autorização para avaliar o potencial geotérmico da ilha de Gran Canária.

A geotermia produz energia renovável de forma contínua e estável, sem emissões de CO2 e poderia proporcionar ao arquipélago uma maior independência energética. Dessa forma, a empresa levará a cabo, em Sakakemang, na Indonésia, um projeto para o armazenamento de dois milhões de toneladas de CO2 por ano, e que está entre um dos maiores do mundo.

Imaz deu especial destaque aos projetos e investimentos para os complexos industriais nos pólos multienergéticos, com capacidade de utilizar resíduos na produção de combustíveis e materiais sustentáveis. Precisou que permitirá garantir o seu futuro e rentabilidade, assegurando empregos de qualidade e promovendo riqueza. Nesse sentido, a refinaria da Corunha processou, pela primeira vez, óleo de fritar para produzir hidrobiodiesel, e os projetos relacionados ao transporte aéreo foram importantes para o anterior exercício, com a produção de lotes de biojet e a realização, com a Iberia, em Tarragona e Bilbau, do primeiro voo com biocombustível produzido a partir de resíduos, em Espanha.

Em Cartagena, deu-se início à construção daquela que será a primeira fábrica de biocombustíveis avançados do país, e que entrará em funcionamento em 2023. Em Sines,  serão construídas duas fábricas de materiais poliméricos 100% recicláveis, que poderão ter aplicação na indústria farmacêutica, automóvel e alimentar, e que farão do complexo português um dos mais avançados na Europa.

Nas palavras de Imaz, o hidrogénio renovável é um dos pilares da empresa para avançar para uma indústria mais sustentável. A Repsol tem a ambição de liderar este desígnio na Península Ibérica e conseguir uma posição relevante no mercado europeu. A empresa prevê alcançar, em 2025, uma capacidade de geração equivalente a 552 MW e chegar a 1,9 GW em 2030, com um investimento previsto de 2.549 milhões de euros. Consequentemente, em janeiro, apresentou o projeto SHYNE (Spanish Hydrogen Network), o maior consórcio de hidrogénio renovável em Espanha, constituído por 33 entidades de diferentes setores e que desenvolverá projetos com os quais se espera criar mais de 13.000 empregos.

O CEO ressaltou que a geração renovável é igualmente fundamental no modelo de descarbonização. A Repsol aumentará a sua capacidade instalada até 6 GW em 2025, e até 20 GW em 2030, um aumento de 60% em relação ao previsto no Plano Estratégico.

Entre os êxitos destacados sobre 2021, foram mencionados: a inauguração, em Espanha, dos parques fotovoltaicas de Kappa (Ciudad Real) e Valdesolar (Badajoz); o início das obras do parque eólico Delta II (Aragón); a finalização das obras da primeira instalação eólica no Chile; e a compra de 40% da Hecate Energy, aquisição que se materializou recentemente com o arranque da produção de eletricidade no primeiro projeto renovável da Repsol nos Estados Unidos, Jicarilla 2. Com o objetivo de consolidar a rentabilidade de dois dígitos, a empresa vendeu à Pontegadea, 49% do parque eólico Delta, e à TRIG (Infrared), 49% da fábrica da Valdesolar. Atualmente, a empresa conta com mais de 3.800 MW de capacidade instalada de geração de baixas emissões.

Nos negócios comerciais, a Repsol está a trabalhar num ambicioso plano de implementação de infraestruturas de carregamento na via pública, que implica colocar à disposição mais de 1.000 pontos de carregamento rápido e ultrarrápido até ao final de 2022, ou seja, um ponto a cada 50 quilómetros. Hoje, a rede pública de carregamento da Repsol conta já com mais de 500 pontos rápidos. Da mesma forma, a app Waylet é um ativo-chave para atingir o objetivo estratégico de Repsol de alcançar os 8 milhões de clientes digitais em 2025, número situado já nos 4 milhões. Dessa forma, a Repsol e a Telefónica España constituíram uma sociedade para o desenvolvimento do negócio de autoconsumo fotovoltaico, em pleno momento de crescimento do país.

O CEO concluiu a sua intervenção, realçando as grandes oportunidades e desafios que a descarbonização oferece: “Temos a oportunidade, única, de gerar valor, com o apoio da inovação e da digitalização, como alavancas essenciais e, tudo isso, mantendo o nosso compromiso com a sociedade, o meio ambiente e a luta contra as alterações climáticas, e garantido uma retribuição atrativa para os nossos acionistas”. “Seremos um elemento-chave no desenvolvimento do modelo energético do futuro”, finalizou.

Acordos da assembleia-geral de acionistas

Entre outras propostas, a assembleia aprovou um dividendo de 0,33 euros brutos por ação – relativo aos lucros do exercício de 2021− cujo pagamento terá lugar a 7 de julho e se somará à retribuição de 0,30 euros brutos por ação paga, em janeiro deste ano. Dessa forma, o dividendo em dinheiro evoluiu em 5%, até aos 0,63 euros brutos por ação.

Em linha com o que foi estabelecido no Plano Estratégico, foi dada luz verde à distribuição de mais 0,325 euros brutos por ação, referentes a reservas livres, semelhante ao pagamento tradicional, assimilável ao pagamento por conta tradicional para o exercício de 2022, e cuja distribuição está prevista ocorrer ao longo do mês de janeiro de 2021, em data a definir pelo Conselho de Administração.

Os acionistas da Repsol confirmaram ainda uma redução no capital social, através da amortização de 75 milhões de ações próprias, que representam aproximadamente 4,91% do capital social da Repsol em 31 de dezembro de 2021.

Foi também aprovada a delegação no Conselho de Administração ou, por substituição, no Comité Executivo ou no CEO, do poder de realizar reduções de capital adicionais até um máximo de 152.739.605 ações próprias, equivalentes a 10% do capital social, a fim de ter uma maior flexibilidade na realização de amortizações.

Com esta maior flexibilidade, a empresa planeia recomprar mais 50 milhões de ações no segundo semestre de 2022, que serão posteriormente canceladas.

Dessa forma, a assembleia-geral de acionistas votou a favor da reeleição de María del Carmen Ganyet i Cirera e Ignacio Martín San Vicente como administradores, e da ratificação da nomeação por cooptação e reeleição como administrador de Emiliano López Achurra. Os acionistas também aprovaram a nomeação de José Iván Martén Uliarte como administrador.

Para mais informações:

REPSOL | 21 311 9000

António Martins Victor | amvictor@repsol.com